Como organizações internacionais podem apoiar a inclusão LGBTQ+

María Caridad Araujo

María Caridad Araujo

Vamos colocar em perspectiva. Até 50 anos atrás, a Associação Americana de Psiquiatria classificava a homossexualidade como um transtorno mental. Alguns países da América Latina e do Caribe descriminalizaram as relações homossexuais no século XIX – outros, há menos de 20 anos. Em seis países da região, a homossexualidade ainda é crime.

Há 13 anos, a Argentina foi o primeiro país da região a legalizar as uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo. Cinco países seguiram esses passos – o mais recente foi a Costa Rica, em 2020. Em 2004, foi criado o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia (IDAHOTB, na sigla em inglês), que é comemorado todo dia 17 de maio.
É de se esperar, então, que esse seja um tema relativamente recente nas agendas de organizações internacionais, tais como os bancos de desenvolvimento. A inclusão de pessoas LGBTQ+, portanto, requer esforços intencionais para investir na questão e gerar dados e evidências para intervenções que funcionem. Estamos em constante construção. No BID, demos passos firmes nesse sentido. A seguir, compartilhamos três linhas de ação e aprendizados que surgiram como parte desse caminho.

A inclusão começa em casa

Uma instituição que promove a inclusão deve garantir que do centro da cultura organizacional haja o compromisso de prevenir e eliminar qualquer manifestação de discriminação contra pessoas LGBTQ+. Isso começa a partir dos nossos processos de seleção e recrutamento. Envolve também a garantia de ambientes de trabalho diversificados e inclusivos.
Por fim, traduz-se em ações para que os projetos e produtos de conhecimento que apoiamos na região incluam ações que contribuam para fechar lacunas que afetam as pessoas LGBTQ+. Nesse sentido, o BID tem políticas de inclusão e trabalha constantemente para ser um espaço para o qual seus funcionários possam trazer as versões mais autênticas de si mesmos.  Continue lendo…
María Caridad Araujo

María Caridad Araujo

María Caridad Araujo é Chefe da Divisão de Gênero e Diversidade do BID, onde lidera esforços para melhorar o acesso a serviços de qualidade e oportunidades econômicas e fortalecer a voz e a representação de mulheres, povos indígenas, afrodescendentes, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQ+. Como economista sênior da Divisão de Saúde e Proteção Social do BID, trabalhou em programas de desenvolvimento infantil e redução da pobreza. Foi professora da Universidade de Georgetown e trabalhou no Banco Mundial. É Ph.D. em Economia Agrícola e de Recursos Naturais pela Universidade da Califórnia, em Berkeley.

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