Para mulheres e meninas, o futebol é muito mais que um jogo

Andrea Saldarriaga

Andrea Saldarriaga

O BID tem promovido o esporte como ferramenta de inclusão por meio de alianças com instituições como o Real Madrid e o Comitê Paraolímpico Internacional. Este trabalho baseia-se na ideia de que o esporte pode ser um motor de igualdade e inclusão não apenas para meninas e mulheres, mas também para populações diversas e vulneráveis.

Eu tinha quase 10 anos quando comecei a jogar futebol. Naquele ano, meu pai viajou para a França a trabalho e voltou para casa com lembranças para mim e meu irmão da Copa do Mundo de 98. Ele me trouxe um boneco de pelúcia da mascote da competição e deu a bola oficial para o meu irmão. A verdade é que meu irmão nunca havia praticado a modalidade de forma competitiva. No ano seguinte, o time de futebol da minha escola ficou em terceiro lugar no primeiro campeonato do qual participamos. Nos deram bonecas Barbies como troféu, enquanto a equipe masculina recebeu equipamentos e patrocínio para a temporada seguinte.

Copa do Mundo Feminina: alguma coisa mudou?

A nona Copa do Mundo Feminina de Futebol é o primeiro torneio em que as mulheres serão pagas à medida que avançam para as próximas rodadas da competição. De acordo com a Bloomberg, “o fundo de prêmios para as mulheres passou de zero, há 20 anos, para US$ 110 milhões este ano. Desse valor, a equipe vencedora deste torneio receberá US$ 10,5 milhões”.
Percorremos um longo caminho. Os Estados Unidos, a Noruega, a Austrália e a Holanda estão entre os países cujas federações de futebol se comprometeram a acabar com a disparidade salarial entre homens e mulheres. Lionel Messi agora promove o futebol feminino. No entanto, as desigualdades para as mulheres no esporte ainda persistem.
A mídia esportiva ainda está pagando quantias insuficientes pelos direitos de transmissão da Copa do Mundo Feminina. E, na América Latina e no Caribe, jogadoras que denunciam as más condições de trabalho no esporte frequentemente sofrem represálias. Continuar lendo…
Andrea Saldarriaga

Andrea Saldarriaga

Andrea Saldarriaga Jiménez é coordenadora regional das Iniciativas de Paridade de Gênero do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), um esforço conjunto com o Fórum Econômico Mundial para abordar as lacunas econômicas de gênero na ALC por meio de parcerias público-privadas. Antes de ingressar no BID, trabalhou na campanha presidencial de Sergio Fajardo Valderrama na Colômbia. Saldarriaga Jiménez também atuou como Diretora Associada no Adrienne Arsht Latin America Center do Atlantic Council, onde liderou os programas Colômbia, Venezuela e Anticorrupção e Segurança, bem como as iniciativas Futuro da América Latina e Liderança Feminina.

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