A boa notícia é que mais crianças de famílias de baixa renda estão buscando educação superior em comparação com a geração anterior. Os jovens hoje também adquirem mais habilidades do que os seus pais e avós. E as crianças têm mais acesso a oportunidades educativas. A má notícia é que as habilidades das crianças na América Latina e no Caribe continuam abaixo das observadas em gerações anteriores dos países da OCDE.
Então, apesar do progresso educacional observado na região, nossas crianças ainda ficam atrás das crianças que vivem em países desenvolvimentos. E as crianças da nossa região também foram mais afetadas pelo período de fechamento mais longo das escolas durante a pandemia.
Mesmo antes da pandemia, os resultados do PISA, que funciona como um padrão para medir o progresso educacional nos países da OCDE, mostravam que 50% dos jovens de 15 anos na região não tinham competências básicas de alfabetização, ou seja, eles não entendiam o que liam.
Além disso, há grandes disparidades com relação à renda: 72% das crianças de famílias de mais baixa renda não conseguiam ler no nível do ano previsto para sua idade, enquanto entre as crianças de famílias de renda mais alta, o percentual era de 28%.
E não são apenas as crianças que têm dificuldade para ler. Outros testes mostraram que 61% dos adultos na América Latina estavam no primeiro nível ou abaixo disso em proficiência de leitura, em comparação com apenas 16% dos adultos vivendo em países da OCDE.
Mas, lembrem-se, isso tudo antes da COVID. Então, imaginem por um momento o que aconteceu com todas aquelas crianças quando as escolas fecharam:
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Os estudantes perderam até dois anos de aprendizado.
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Com base em evidências de São Paulo, onde o BID publicou um dos primeiros levantamentos com evidência rigorosa sobre perdas de aprendizado, sabemos que as crianças voltaram a aprender, mas não rápido o suficiente para compensar o que perderam.
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De maneira geral, no Brasil, antes da pandemia, quase 16% dos estudantes tinham níveis de alfabetização abaixo do esperado para sua idade, de acordo com uma pesquisa feita pelo IEDE. Lamentavelmente, esse percentual mais do que dobrou até o ano passado, chegando a quase 34%.
Isso significa que hoje, três de cada dez crianças no Brasil não sabem ler ou escrever palavras simples como “casa” ou “pipoca”.
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