O efeito multiplicador da indústria audiovisual na América Latina
Alejandra Luzardo
A América Latina é uma região extremamente diversa. Em apenas alguns quilômetros podemos encontrar montanhas com picos nevados, desertos, florestas tropicais, praias, vulcões e cidades antigas, além de inúmeras histórias que representam a riqueza cultural de nossa região.
Ao contar as histórias (e a história) da América Latina por meio de diversas produções, a indústria audiovisual, que engloba tanto a televisão quanto o cinema, não é apenas uma fonte fundamental de entretenimento e representação cultural, mas também um motor de crescimento econômico. Embora o significado cultural dessa indústria seja amplamente reconhecido, seu amplo impacto econômico muitas vezes não é totalmente compreendido.
A produção de séries e filmes desempenha um papel importante na geração de benefícios econômicos, já que os investimentos do setor audiovisual impulsionam muitas outras indústrias. Muitas pessoas trabalham nos bastidores de filmes e produções de TV que encantam o público, desde chefs que preparam a comida para o elenco até figurinistas e cenógrafos, entre outros.
Na Argentina, Brasil, Colômbia e México, mais de dois terços dos gastos totais nessa indústria acabam em outros setores da cadeia de suprimentos, como serviços profissionais, construção, indústria têxtil e publicidade.
Dados de um relatório recente encomendado pela Netflix, com a consultoria do BID, mostram que os formuladores de políticas e as partes interessadas do setor podem usar os multiplicadores calculados para Argentina, Brasil, Colômbia e México para quantificar a contribuição econômica total (ou seja, impactos diretos, indiretos e induzidos) dos gastos na indústria audiovisual.
Alejandra Luzardo
Líder em Inovação e Criatividade no Grupo BID, onde dirige iniciativas sobre as indústrias culturais e criativas, empreendimento criativo e as novas tecnologias. Também coordena a pesquisa, desenho, execução e avaliação de projetos nos setores da economia laranja. Atualmente articula o diálogo de políticas para o setor de economia criativa com um eixo intersetorial para repensar como potencializar a contribuição do setor criativo no emprego e na reativação econômica da América Latina e Caribe. Liderou a criação da Demand Solutions, um modelo de negócios que aplica a lógica empresarial e enfoques criativos para abordar problemas relacionados a temas como saúde, transporte, energia e segurança cidadã. Seu trabalho cobre diferentes âmbitos do setores criativo e de tecnologias disruptivas, tendo construído soluções tecnológicas por mais de duas décadas em várias organizações internacionais. Suas publicações recentes foram “best sellers” do BID, incluindo ‘Economía Naranja: Innovaciones que no sabías que eran de América Latina y el Caribe’, ‘Emprender un futuro naranja: Quince preguntas para entender mejor a los emprendedores creativos en América Latina y el Caribe’ y ‘Los videojuegos no son un juego: Los desconocidos éxitos de los estudios de América Latina y el Caribe’. É membro fundadora da Prodiseño, escola de Comunicação Visual e Desenho em Caracas, Venezuela, e tem mestrado em Comunicação e Produção de Cinema pela American University, de Washington D.C.
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