Como criar bons empregos na América Latina e no Caribe?

Laura Ripani

Laura Ripani

Superada a crise da COVID-19, os dados indicam que o mercado de trabalho começou a se recuperar nos países da América Latina e do Caribe. Mas isso significa que bons empregos foram criados na região?

Em fevereiro deste ano, o Observatório do Trabalho do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) registrou crescimento do emprego, com 9 milhões de vagas acima do nível pré-pandemia. O resultado é encorajador, mas o indicador, por si só, é insuficiente.
Muitos trabalhadores na América Latina e no Caribe não ganham o suficiente para viver, especialmente em países que enfrentam altos níveis de inflação e que estão em condições de pobreza no trabalho.
Num contexto complexo e de elevada incerteza no mundo todo, é preciso estimular a geração de empregos, mas com foco em melhorar a qualidade dos empregos. Mas como criar empregos decentes e de qualidade em uma região onde a desigualdade e a pobreza no trabalho ainda são protagonistas?

Recuperação do emprego após o choque da pandemia: quais são as perspectivas?

Falamos muito sobre o impacto da crise sanitária nos mercados de trabalho da América Latina e do Caribe, que, no pior momento, deixou mais de 31 milhões de pessoas desempregadas.
O impacto na força de trabalho não demorou a se manifestar, não só nas pessoas que ficaram sem emprego, mas também na redução da jornada de trabalho para muitos dos que conseguiram permanecer em seus trabalhos, na redução da produtividade e no aprofundamento das disparidades de gênero nos mercados de trabalho.
O mais recente relatório periódico do Observatório do Trabalho do BID resume o cenário dos últimos anos em poucas palavras: a COVID chegou em um contexto de desaceleração econômica, pouca criação de empregos de qualidade e estagnação da produtividade do trabalho na América Latina e no Caribe. As economias e o emprego começaram a se recuperar em 2021 e, ao longo de 2022, o mercado de trabalho registou uma tendência de crescimento que se manteve constante durante 10 meses consecutivos e estagnou no final do ano.
Um elemento interessante e importante é que a pandemia foi um grande catalisador e impulsionador de oportunidades de emprego e formas alternativas e flexíveis de geração de renda, como as associadas à economia gig e ao trabalho independente ou freelancer.
Isso traz novas oportunidades e também desafios, como garantir que esse fenômeno se traduza em melhores empregos e produtividade, incorporando cobertura previdenciária e proteção social contra riscos, serviços financeiros e opções de poupança, e a segurança de uma renda razoável na velhice para essas formas atípicas de emprego. Continue lendo…

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Laura Ripani

Laura Ripani

Laura Ripani é especialista princial da Divisão de Mercados de Trabalho do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). É especialista na área de mercado de trabalho, com especial interesse em melhorar as oportunidades nos mercados de trabalho juvenil. Publicou extensivamente em revistas acadêmicas nas áreas de mercado de trabalho, proteção social e educação. Antes de ingressar no Banco, trabalhou no Banco Mundial em projetos relacionados à pobreza e aos mercados de trabalho na América Latina. Possui doutorado e mestrado em economia pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, além de bacharelado e mestrado em economia pela Universidade Nacional de La Plata, Argentina.

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